Para Arquiteto

METODOLOGIA PARA AUXILIAR OS ARQUITETOS A PROJETAREM ARQUITETURA SACRA MISTAGÓGICA PARA E ‘‘COM’’ AS COMUNIDADES CATÓLICAS.
DESTINADO TAMBÉM AOS ARTISTAS SACROS E LÍDERES RELIGIOSOS

Esta síntese é parte de um trabalho de Conclusão de Curso de Arquitetura e Urbanismo, assim, é um texto elaborado por arquiteto e em vista do trabalho de projetar arquitetura sacra. Partindo desse ponto de vista, buscamos nos textos dos teólogos e nas introduções dos Livros Litúrgicos informações essenciais para os profissionais de arquitetura, na elaboração dos projetos de arquitetura sacra mistagógica, com foco na construção de igreja para as comunidades. Nesta etapa, não tratamos de construções de grandes igrejas.

Alertamos que o arquiteto constatará uma enorme diferença entre estas informações e a realidade da absoluta maioria das igrejas construídas, o que indica a necessidade de diálogo e leitura atenta dos textos. É um trabalho semelhante a todos os outros, pois estamos acostumados com leitura de normas técnicas, código de obras, planos diretores, etc. A teologia trabalha essencialmente com textos.

Os profissionais vão notar que orientações da Igreja não são como as normas do poder civil. Os textos dos documentos oficiais, são tecidos em meio a visões e jeitos de ser Igreja. Por isso é muito importante ler o conteúdo dos links abaixo, pois esse diálogo é apimentado, trata-se de processar paixões e às vezes, fundamentalismo, argumento de autoridade e ritualismo. Situações que se manifestaram inclusive dentro de mim, ao fazer esse esforço de pesquisa, mas graças ao curso de Arquitetura consegui fazer a experiência de gerar um novo olhar. Não foi sem sofrimento e lentidão o que exigiu muito dos orientadores deste trabalho.

1 - Artigo científico, que deu origem a elaboração desta proposta que agora apresentamos. 
2 - Introdução geral. 
3 - Introdução à liturgia. 
4 - Glossário e bibliografia consultada.

O objetivo deste site é gerar um processo de diálogo interativo através de troca de experiências, por constatar que a crise simbólica e a falta de espaços arquitetônicos sacros geram um contexto extremamente prejudicial para as comunidades no exercício de sua missão, celebração do mistério pascal e para os momentos de oração pessoal de seus membros. Realidade, que é ainda mais grave nas igrejas da maioria das comunidades.

Nesse espírito, agradecemos a gentileza do grande teólogo e Professor da FAJE, Dr. Carlos Aberto Taborda SJ, que autorizou postar neste o material com o qual assessorou a 10º Semana de Arquitetura e Arte Sacra promovida pela CNBB, (evento acontecido na PUC Minas, de 18 a 21 de agosto de 2015). O material, em forma de apresentações, está disponível nos links dos elementos do programa arquitetônico e é fundamental para arquiteto, artistas ou líderes religiosos.

Esta metodologia tem uma organização bastante dinâmica, buscando atender e dialogar em meio a pluralidade de perfis culturais, eclesiológicos, econômicos, regionais, étnicos, etc. das comunidades católicas. O conteúdo está disponibilizado na plataforma digital através do site, e também pode ser impresso, está acessível a todos que desejarem. Ao navegar no site, procure explorar pelas opções de conteúdo que se identifique melhor com a realidade de sua comunidade. Buscamos oferecer vários materiais. E esse é um processo que está eM ANdamento, novas pesquisas serão incorporadas aos conteúdos. Caso tenha dúvidas ou sugestões, entre em contato conosco.

 

CONTEÚDO GERAL DA PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA PROJETAR ARQUITETURA SACRA ‘‘COM’’ AS COMUNIDADES CATÓLICAS.

1° ARTIGO DO TCC 1

ARQUITETURA SACRA COM PEQUENAS COMUNIDADES DE DISCÍPULOS E DISCÍPULAS DE JESUS CRISTO NA IGREJA CATÓLICA:
Fizemos uma pesquisa bibliográfica e descritiva exploratória que demonstrou uma crise na arquitetura simbólica sacra católica. O foco do trabalho é a região central de Minas Gerais..

2° INTRODUÇÃO À METODOLOGÍA

O arquiteto urbanista é o profissional preparado para elaborar projeto de arquitetura sacra. Apoiado nas conclusões das pesquisas da primeira parte deste trabalho e na experiência do exercício do ministério de presbítero da Igreja asseguramos que entre as peculiaridades da elaboração de tais projetos, figura como principal o diálogo, tanto teórico quanto prático.

3° INTRODUÇÃO À LITURGIA

Mapeamos os usos e vivências do espaço nas principais celebrações, cores, ciclo litúrgico, etc. O que importante, sobretudo os profissionais que tem menor vivência da liturgia católica.

4° O PROJETO DE ARQUITETURA SACRA

‘‘(...) o espaço cultual não é “o tudo” da comunidade, ele precisa ter conexão com a vida pastoral e com o espaço urbanístico no qual se insere, como identidade da comunidade e não mera expressão estética.

5° GLOSÁRIO E PATRIMÔNIO HISTÓRICO

1 - A terminologia da arquitetura sacra católica é carregada de termos teológicos e próprios do meio católico. Por isso selecionamos os principais termos com suas definições.

2 - O patrimônio histórico é um assunto desafiante no meio católico, à semelhança da arquitetura sacra, pois as lideranças desconhecem os posicionamentos oficiais da Igreja.

6° ÁTRIO, "PRAÇA" E IMPLANTAÇÃO

Ao falar do átrio, inserimos reflexões indicando a necessidade de trabalhar a transição entre o espaço comum e o espaço sacro. Uma praça ao redor da igreja, seria uma extensão do átrio. É um espaço necessário para evitar transtornos no trânsito da cidade, dar segurança, as pessoas, possibilitando convivência através de partilhas, grutas, cruzeiro, festas, etc.

7° EDIFÍCIOS ANEXOS

As comunidades, normalmente, conseguem boa parte dos recursos para construir suas igrejas, através da promoção de festas. Além disso, precisam de salas para catequese, reuniões etc. Por desconsiderar estas necessidades é comum ver um ‘‘caos’’ ao redor das igrejas, com muitos puxadinhos.

8° VERTICALIDADE:TORRE E/OU CAMPANÁRIO

‘(...) Nós vos pedimos, Senhor, que os vossos fiéis, ao chamado da voz do sino, acorram com alegria à igreja e que, perseverando todos na sã doutrina, na harmonia fraterna, na Eucaristia e na oração, se tornem um só coração...

9° BATISTÉRIO

‘‘(...) Aqui, se abre a porta da vida do espírito, que é a porta da Igreja, para aqueles a quem se fechara a porta do paraíso; aqui, se oferece um banho que torna puros, de uma candura nova, aqueles que a sordidez antiga do pecado recobria; aqui, a torrente lava os pecados e germina em virtudes novas; jorra uma fonte que mana do lado de Cristo, cujas águas matam...

10° PORTA

‘‘‘(...) Filho, para reunir, por mérito de seu sangue, os homens dispersos pelos efeitos do pecado e para ser o Pastor e a porta daqueles que formam um só rebanho; por esta porta, quem entrar se salva, poderá ir e vir e encontrar pastagem. Nós vos rogamos, Senhor, que os vossos fiéis, usando esta porta, tenham acesso a vós, ó Pai, por Jesus Cristo, vosso...

11° LUGAR DA ASSEMBLÉIA

A assembleia é reunião de um povo sacerdotal (1Pd 2,4-10; Êx 19,1-6), ao redor da presença de Cristo (Mt 18,20). Os atributos deste espaço, repercute na maneira das pessoas se relacionarem com Deus. O espaço precisa atender as necessidades de participação ativa (SC nº 14)...

12° LUGAR DA RECONCILIAÇÃO

Este é um dos espaços que enfrenta a maior crise simbólica, na arquitetura sacra. O sacramento da reconciliação vive um momento de crise. As comunidade preferem confissão comunitária e o espaço praticamente desapareceu do programa arquitetônico das novas igrejas.

13° ICONOGRAFIA. OBJETOS LITÚRGICO E DEVOCIONAIS

A iconografia entra na dimensão simbólica da arquitetura sacra. A igreja e tudo que a compõe é simbólico. O trabalho envolve, piso, paredes, volumetria e os símbolos usados, como os suportes para o círio, cadeira, altar, ambão, castiçais, cruzes, lugar das imagens e escolha das mesmas, lugar de pinturas, etc...

14° SACRISTIA E EQUIPE DE CÂNTICOS

Sacristia (pequeno sagrado). Inserimos as informações sobre a sacristia junto com as da equipe de cânticos, pois nas pequenas comunidades é normal os equipamentos de som ficarem na sacristia. Uma proximidade deste elementos pode facilitar adequar a infraestrutura para os cantores. O dilema da sacristia é a necessidade de um espaço à frente da igreja e outro próximo ao átrio.

15° CAPELA DA RESERVA EUCARÍSTICA

Sobre este lugar e espaço, os especialistas orientam que deve ser uma pequena capela que não possibilite nada grupal, mas somente oração pessoal, não deve haver nem crucifixo. Também não deve existir altar, por não ser espaço para a celebração da Eucaristia. O objetivo é que o espaço não tenha nada que tire a atenção do primordial. O dilema é a intencidade da cultura devocional. Somos testemunhas que as pessoas se posicionam de costas para o tabernáculo e se emocionam tocando um icone ou imagem.

16° PRESBITÉRIO CADEIRA DA PRESIDÊNCIA E PAREDE DO FUNDO

O olhar da comunidade fica voltado para esta parede durante todo o tempo das celebrações. Por isso, a iconografia desta parede precisa ser cuidada com carinho, para que sirva de repouso para o olhar*. Muitos líderes religiosos exigem crucifixos dolorosos, outros concordam com a pintura do Cristo, da videira, etc. Aqui, vale o que foi dito sobre o espaço da assembléia. Muitas igrejas são como o ônibus, á frente tem um motorista com todos os elementos principais do veículo...

17° AMBÃO

‘‘(...) porque nunca nos deixastes faltar o alimento da vossa Palavra, e continuamente nos esclareceis, reunidos no espaço desta igreja, sobre as maravilhas da Escritura. Fazei, Senhor, que, neste lugar, ressoe em nossos ouvidos a voz do vosso Filho, a fim de que, seguindo fielmente as inspirações do Espírito Santo, mereçamos ser não apenas ouvintes mas realizadores fervorosos. Que os arautos da vossa Palavra nos mostrem aqui o caminho da vida, por onde, seguindo o Cristo Senhor, possamos chegar à vida eterna (...)’’

18° ALTAR

O Altar goza da mais alta dignidade, dentro da Igreja. Simboliza o próprio Cristo. "Aqui, ao redor da mesa do altar, celebrem vossos fiéis o Memorial da Páscoa [...]" (Cf. RDIA). Um só Senhor, e por isso um só altar (Moraes 2009). A oração eucarística mais antiga, a número um, ressalta o gesto de estar ao redor do Altar. O papa Bento XVI atesta que a natureza do templo cristão define-se precisamente pela ação litúrgica a qual implica a reunião dos fiéis (ecclesia), que são as pedras vivas do templo.