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Primeiro encontro de estudo.
Tema: Mistagogia dos símbolos e da pedra fundamental
“Quando se dá início à construção de nova igreja, cumpre celebrar um rito pelo qual se implore a bênção de Deus para a realização dessa obra e se explique aos fiéis que o edifício a ser construído com pedras é o sinal visível daquela Igreja viva ou construção de Deus que são eles próprios” (Cerimonial dos Bispos.)
“Explique de modo conveniente as leituras bíblicas e manifeste o sentido do rito: Cristo é a pedra angular da Igreja; a casa a ser edificada pela Igreja viva dos fiéis é ao mesmo tempo casa de Deus e casa do povo de Deus.” (Ritual da Dedicação da Igreja e do Altar)
01 – iniciando o encontro
– Ambientação para do encontro: Quem tiver fotos de igrejas ou fotos de celebrações de batismo, casamento, primeira eucaristia, etc. podem colocar sobre a mesa. Estas fotos ajudam ver a importância da Igreja de tijolos onde nos reunimos como igreja viva.
– Fazer uma oração ou cântico invocando as luzes do Espírito Santo.
– Acolhida fraterna de todos os participantes deste encontro de estudo.
– Informações para dirigente e participantes do encontro (leia quando puder)
A – Temas que serão estudados neste encontro:
1 – Conhecer a Arte Sacra; 2 – A arte sacra com sua beleza, simplicidade e capacidade mistagógica é o mais poderoso instrumento de evangelização e missão para a comunidade.
B – Ao final deste encontro a equipe precisa saber:
1 – O que é símbolo; 2 – O que é mistagogia; 3 – O significado da celebração de benção da pedra fundamental da construção da igreja.
C – Materiais alternativos que podem ajudar entender os conceitos:
– O vídeo de Adélia Prado poetisa mineira de Divinópolis e muitíssimo católica. Ela define o que é símbolo de uma maneira perfeita. Vale muito ver este vídeo:
Acesse o site abaixo, onde vão encontrar muitas informações e materiais de estudo:
Observação: Esse material foi feito com pouco tempo para correção. Por isso pedimos que sejam compreensão por possíveis erros de português.
02 – Primeira parte do encontro:
Dirigente: Caras irmãs e irmãos, iniciaremos vendo o desafio de nossa cultura e confrontando tudo isso com nosso corpo que é templo do Espírito Santo. Também vamos partir desta reflexão para mostrar a necessidade e urgência de templos sacros mistagógicos, com beleza e simplicidade e dentro do que diz a Bíblia, Concílio Vaticano II e a teologia da Igreja. Nós, que somos templos nos reunimos em um templo de tijolos. Ele é a exteriorização de nosso interior. No lugar sagrado está a expressão de nossa fé interior. No lugar sagrado fazemos uma experiência de regeneração, que vem desde os povos mais antigos. O lugar é mais forte que nós.
Leitor 01.: Vivemos em meio a cultura do consumo, do espetáculo e do descartável. O mercado usa as tramas macabras das teorias de marketing para simular necessidades. Usam técnicas sofisticadíssimas capazes gerar um tipo de enfeitiçamento das pessoas para comprarem sem que tenham reais necessidades. Usam imagens, sons, cores, com truques e efeitos especiais que são capazes enganar o cérebro humano fazendo-o desejar os produtos. Os shoppings são projetados para que ao entrar dentro deles o ser humano perca a noção do tempo normal, de forma a não perceber escureceu, ou se chove, faz sol, frio ou calor. Eles conseguem criar uma atmosfera artificial. Temos ainda as redes sociais com as gigantes da internet e agora o badalado recurso da inteligência artificial, que ajudam prender toda nossa atenção no presente.
Leitor 02.: O primeiro mandamento de nossa cultura é comprar e o segundo é ser feliz agora, custe o que custar. As grandes empresas buscam o lucro e ignoram compromissos éticos, com saúde dos seres humanos e a criação inteira. Por exemplo: no mês de Junho de 2018, empresas americanas junto com o governo dos Estados Unidos, proibiram que a Organização das Nações Unidas (ONU), fizesse uma campanha em favor da amamentação materna e contra a propaganda de produtos que prometem substituir o leite materno.
Leitor 02.: Nosso objetivo com esta reflexão não é apresentar um mero pessimismo frente a tecnologia e a cultura atual. Buscamos alertar para uma lista de ações e reações que afetam o maior templo de Deus, que é o nosso corpo. alertamos que:
1º – Novidades constantes e a cultura do descartável destroem em nós as noções de fidelidade, engajamento e cuidado. Isso nos faz focar o prazer. Ser feliz agora.
2º – Prazer, felicidade, sem fidelidade causa indiferença. Cada dia compramos de empresas diferentes, lojas e produtos diferentes, sem importar com as consequências. Com isso, acabamos destruindo também relações de amizade família.
Leitor 03.: A trama do marketing e do mercado patrocinaram a ideia que o corpo humano está liberado, focado no prazer e tem de ser feliz agora. Aqui está o núcleo diabólico desta cultura. Sabemos que a fé, o amor e todas as virtudes são dimensões impregnadas no corpo humano. E mais que isso, Deus habita no mais íntimo de nós. Concluímos que as teorias de marketing que movem as empresas, e nossa cultura de mercado podem ser comparadas a Babilônia dos tempos bíblicos. Vivemos uma cultura que se diz indiferente a existência de Deus e do diabo. E que está transformando a fé e o corpo humano em produtos de mercado, patrocinando surgimento de inúmeras igrejas e movimentos religiosos.
LEITOR 01.: Para viver nesta cultura é urgente que tenhamos lugares sagrados. Edificados conforme a Palavra de Deus, sacros e mistagógicos, com a beleza própria das coisas de Deus, sem efeitos falsos. Por exemplo: ao entrar na Basílica de Aparecida, nossa esperança renasce. Pois vemos desenhados todos os biomas brasileiros, todos os mártires da história do Brasil, todas as culturas, toda a fauna e flora brasileira estão retratadas nas paredes, tendo a grande cruz ao centro e o altar em baixo. No alto da grande cúpula está a videira que é Jesus. Maria está presente ao lado da criação e do salvador desta criação inteira. Precisamos desse lugar sagrado, que é profético, belo e real. É a expressão do amor de Deus e grita contra quem quer transformar a obra de Deus em produtos de consumo. É onde renascemos, Jesus disse: quem não nascer de novo, não entra no Reino dos Céus. É no templo, que somos batizados. A mensagem deste lugar nos dá discernimento para enfrentar as tramas da cultura que nos envolve no dia a dia. Assim iluminados, saberemos acolher o que é bom e ajuda viver bem e condenar o que é contra a obra de Deus.
Construir a igreja à imagem da Igreja.
Dirigente: Esse é um jeito diferente de refletir sobre a Liturgia. A cabeça do arquiteto e padre que olha para a fé e a celebração pensando em tudo que precisa para fazer os gestos de fé com fidelidade a Palavra de Deus e às orientações da Igreja. Sabemos que Deus fez tudo bem feito, e nos deu sua palavra explicando como devemos celebrar. A celebração e o lugar onde nos reunimos são como a frente e o verso de uma folha. Os símbolos sacros organizados corretamente, vão manifestando a presença do invisível. Peçamos a Deus o desejo de conhecer tudo isso e pois esse tema é muito pouco estudado e corre o risco de agente pensar que não precisa estudar isso.
Leitor 01.: A Igreja de tijolos é a casa da Igreja povo. É fundamental que conheçamos profundamente o significado e o conjunto dos símbolos que compõe esse lugar sagrado.
Leitor 02.: Jesus disse a Pedro: “Tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Depois São Pedro nos disse em sua carta: “vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio régio, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo”. Esta é a graça que recebemos pela unção dos sacramentos do Batismo e do Crisma. Já sabemos o que diz a Palavra de Deus: Aquele que crer e for batizado será salvo. Assim, podemos dizer, que a comunidade constrói o edifício Igreja, neste e processo se constrói como Igreja.
Leitor 03.: A Igreja pode ser comparada com a maternidade dos hospitais onde as mães vão dar a luz aos filhos. No edifício igreja nascem as filhas e filhos de Deus. Além disso, nós sabemos que nas maternidades é esterilizado e muito limpo. Cada instrumento usado pelos médicos tem uma função específica. Na prédio da Igreja também tem de ser assim. Cada símbolo é consagrado a uma função litúrgica específica. Esse é o sentido da Palavra SAGRADO. Trata-se de um objeto, ou um lugar, etc, dedicado exclusivamente à celebração litúrgica. veremos isso mais adiante.
Leitor 04.: O que é Liturgia?: é uma palavra que vem da língua grega, e junta dois significados: povo e trabalho em benefício do povo ou trabalho feito pelo povo. Liturgia é uma ação pelo povo. Pois é Deus quem abençoa, a Palavra é de Deus, a Eucaristia é corpo e sangue de Cristo…
Leitor 05.: Na liturgia também tem ação do povo. Deus fez aliança conosco. E aliança, não tem só um lado. Somos sujeitos livres e capazes de amar. Na liturgia e escutamos e respondemos as suas palavras. Suplicamos, louvamos, trazemos nossas lutas e somos iluminados e enviados para vencer na vida, organizar pastorais, conselhos, comunidades, lutar pela justiça, anunciar do Reino de Deus. E celebrar, significa tornar célebre ou inesquecível tudo isso.
Leitor 06.: Essa dimensão da aliança, tem muito a dizer sobre a configuração do lugar e organização de tudo que é necessário para que aconteça a celebração litúrgica. Os estudiosos dizem a definição do lugar da celebração é dado pela eclesiologia e não pela liturgia. A imagem da videira e os ramos, a imagem circular das alianças, tem muito a dizer.
Leitor 07.: O lugar da celebração precisa facilitar esse diálogo misericordioso de Deus conosco: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo! A lista de elementos que compõem a celebração e o lugar é enorme: símbolos, gestos, ritos, Bíblia, altar, o círio pascal, fonte batismal com a água benta, os santos óleos, o lugar da assembleia, mesa da Palavra… Tudo isso faz esse lugar ser como a Sarça ardente onde precisamos reconhecer hoje, a presença de Deus e escutar sua voz.
Leitor 05.: Na liturgia os símbolos, ritos e organização da prédio agem em conjunto, formando um sistema bem integrado. Por exemplo: o lugar da Palavra bem visível com o ambão, velas, flores e iluminação adequada da vida a Liturgia da Palavra; A beleza aliada à simplicidade, do conjunto ajuda atrair as pessoas para a celebração e faz com que todos se sintam bem neste lugar. As orientações da Igreja sobre a construção do local da celebração, reúne tudo é importante para que ao se reunir, possamos fazer a experiência de filhas e filhos reunidos ao redor do Pai. Assim, fica claro que Igreja templo e Igreja povo formam uma unidade. A igreja de tijolos é a casa da Igreja.
Leitor 02.: O Concílio expressa o desejo da Mãe Igreja com relação a Liturgia, dizendo: “o povo cristão, por força do Batismo, ‘geração escolhida, sacerdócio régio, gente santa, povo conquistado’; pela própria natureza da liturgia, tem o direito e o dever de participar plena, consciente e ativamente das celebrações litúrgicas. O desejo da Mãe Igreja é que todos os fiéis assim participem”. Bento XVI, diz que a participação é entendida em termos substancialmente como: “Consciência do mistério celebrado, relação com a vida cotidiana, e oferecer juntamente com o sacerdote”. Para tudo isso, a organização do edifício é fundamental.
Leitor 03.: Retomando o exemplo da Basílica de Aparecida do Norte. Ela está equipada de símbolos, organização espacial, cores, e tudo que precisa para fazer os brasileiros se sentirem em casa. Pode ir gente de norte a sul de nosso país, que todos se sentirão bem. Por exemplo: os anjos foram pintados com vestes e características de cada região e tocam berrante; revestimento cerâmico das paredes internas tem o formato nas esteiras indígenas e não anulou os tijolos antigos. A basílica é sacra mistagógica e à imagem da igreja do Brasil. Assim, nos sentimos de verdade na casa nossa mãe ou como na festa da casa da vovó. Afinal, esse templo é construído com um pouco do suor de cada um de nós.
– Segunda parte do encontro: A celebração de bênção da pedra fundamental.
Dirigente: Esse estudo é uma preparação para a celebração de colocação da pedra fundamental da igreja que toda a nossa paróquia se prepara para construir. Agora vamos entender o significado e organização desta celebração como Ritual elaborado pela Igreja: “Quando se dá início à construção de nova igreja, cumpre celebrar um rito pelo qual se implore a bênção de Deus para a realização dessa obra e se explique aos fiéis que o edifício a ser construído com pedras é o sinal visível daquela Igreja viva ou construção de Deus que são eles próprios”.
Leitor 01.: A celebração do início das obras inclui a colocação da pedra fundamental ou primeira pedra. Essa celebração é organizada pelo Cerimonial dos Bispos e Ritual da dedicação da Igreja e do altar. A Igreja se preocupa com a comunidade que vai participar da celebração, pois é essa comunidade que vai construir a igreja. “Importa igualmente convidar os fiéis a contribuir espontaneamente e de bom grado para os gastos com a construção da nova igreja”. E toda a celebração reforma a manifestação do mistério da presença de Deus no meio da comunidade. A primeira precisa ser colocada no local onde será construído o altar. Jesus o centro de tudo e a primazia de toda obra: “No local onde irá ficar o altar, levantar-se-á uma cruz de madeira de altura conveniente”. No texto, são apresentadas alterativas, quando não é possível fazer assim.
Leitor 02.: Para reforçar o sentido, de que somos pedras vivas do edifício espiritual que é a Igreja construída sob o alicerce dos apóstolos, quem faz esta celebração é o Bispo Diocesano. A igreja prevê alternativas, quando o bispo não pode vir. Mas, a presença do bispo, deixa claro que somos igreja viva, em comunhão. Na oração inicial o bispo reza:
TODOS: Deus, vos formaste santa Igreja edificada sobre o fundamento dos Apóstolos, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus. Concedei ao povo reunido em vosso nome que vos adore, vos ame e vos siga, até que, tendo-vos à frente, chegue à cidade do alto.
Dirigente.: Após a oração inicial, se possível, pode haver uma procissão. E a seguir virá a liturgia da Palavra. Os textos da Sagra Escritura propostos, pelo ritual da Igreja, vão mostrar que Cristo é a pedra angular. Os salmos propostos falam da alegria de se reunir no templo e do zelo pelo lugar da reunião. O ritual, ainda sugere 4 textos dos Evangelhos e pede nas anotações que se explique de modo conveniente as leituras bíblicas e manifeste o sentido do rito: Cristo é a pedra angular da Igreja; a casa a ser edificada pela Igreja viva dos fiéis ao mesmo tempo casa de Deus e casa do povo de Deus. Após a homilia o bispo suplicará a bênção de Deus para a área onde será construída a Igreja, com uma oração linda. Vamos ler o texto:
TODOS: “Deus, que envolveis o universo com vossa santidade, de tal forma que vosso nome é glorificado em todo lugar; abençoai estes vossos filhos (e filhas) que, por donativos ou trabalho prestado, prepararam esta área para que aqui se levante uma igreja; e fazei que, com a mesma unidade dos corações e alegria dos espíritos. Presentes a esta construção que hoje começamos, venham eles em breve celebrar neste templo os mistérios divinos” (…).
Leitor 01.: Após esta oração, pode-se cantar o Salmo 47 e em seguida o bispo fará a bênção da primeira pedra. Pedindo que Jesus, princípio e fim de todas as coisas, o seja também desta construção:
TODOS: “Senhor Pai Santo, vosso Filho, nascido da Virgem Maria, o Profeta o anunciou qual pedra talhada do monte sem mão de homem, e o apóstolo o designou imutável fundamento; abençoai esta primeira pedra aqui posta em seu nome. Concedei que ele, a quem estabelecestes princípio e fim de todas as coisas, seja desta obra o início, o incremento e o termo”(…)
Leitor 01.: O Bispo poderá colocar a primeira pedra dizendo: na fé em Jesus Cristo, colocamos a primeira pedra como fundamento desta construção. na igreja que daqui surgirá encontrem-se a virtude e a graça dos sacramentos celestes, e seja invocado e adorado o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o império pelos séculos eternos. (…) em seguida o pedreiro vai cimentar a pedra. Após esta bênção, virá o momento das preces e da comunhão.
HORA DE CONVERSAR: Cada um pode dizer o que achou interessante nos textos das orações que acabamos de ler.
Encerramento do encontro por conta da Equipe.